
“Não que eu já tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus.”
(Filipenses 3:12)
Quando Paulo escreve à igreja em Filipos, ele deixa claro que ainda não chegou ao seu destino final. Ele não se considera perfeito, nem alcançou a plenitude do caráter de Cristo, mas está comprometido em avançar. Seu foco não está no que passou, mas no que está adiante. Ele se esforça todos os dias para ser moldado por Deus até atingir a estatura de Cristo.
Esse compromisso não é de arrogância, mas de humildade. Paulo reconhece suas falhas, mas não fica preso a elas. Ele as deixa para trás e segue em frente. E mais do que isso, ele faz um convite ousado: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (1 Coríntios 11:1). Ele não se apresenta como um modelo de perfeição, mas como alguém que está em uma jornada contínua de transformação.
Afinal, o que significa imitar? Não é ser idêntico ao original, mas buscar se parecer com Ele. Como toda imitação, carregamos marcas de imperfeição, um acabamento falho, um processo inacabado. Mas a essência da imitação está no esforço de reproduzir o caráter de Cristo, até que sejamos completamente moldados por Deus.
Pense em um jogo de imitação: quando um movimento é passado de pessoa para pessoa, ao final da linha ele já está completamente distorcido. O mesmo acontece na fé quando, em vez de buscarmos a Cristo diretamente, seguimos apenas o que outros dizem sobre Ele. Paulo, que nunca viu Jesus pessoalmente, construiu seu conhecimento a partir daqueles que andaram com Cristo e, principalmente, da revelação do próprio Deus. Ele nos ensina a recorrer à fonte, a Palavra de Deus, e não nos deixar levar por modismos e achismos.
Não podemos ser ingênuos a ponto de achar que ouvir alguém falar sobre Deus substitui buscar a Deus diretamente em Sua Palavra. Há muitos que preferem seguir vozes humanas sem conferir se estão, de fato, alinhadas com as Escrituras. Esse é um erro perigoso.
*Posicionamento:* Ainda não alcançamos a plenitude do caráter de Cristo, mas precisamos avançar, deixando para trás as falhas e os erros, e prosseguindo firmes no propósito de Deus. Estamos, de fato, imitando a Cristo ou apenas reproduzindo a interpretação de outros? Que nossa fé não seja construída sobre ecos distantes, mas sobre um relacionamento profundo e direto com Deus, até completarmos a carreira e alcançarmos aquilo para o que fomos chamados.
Richard Männich