Introdução Essa imagem me veio à mente quando o Alexandre deu um exemplo poderoso durante uma conversa: como seria abraçar uma pessoa malcheirosa, malvestida e suja na rua? Ele disse que um abraço forte e caloroso pode ser a única coisa boa que essa pessoa receberá naquele dia ou, talvez, em toda a sua vida.

Agora pense: você consegue se imaginar nessa situação? Como você se sentiria sendo essa pessoa, abandonada, vulnerável, desvalorizada? E as pessoas que você conhece? Quem permaneceria ao seu lado, mesmo que você estivesse assim? Por quê? Agora mude o cenário: imagine que essas pessoas que você conhece estão na situação descrita. De quais delas você não se afastaria, mesmo diante da vergonha e desconforto?

Pois é dessa maneira que você pode ser tratado como cristão verdadeiro, quando suas atitudes semelhantes às de Cristo expõem um comportamento contrário ao das pessoas ao seu redor.

O livro Discípulo Radical nos encoraja a seguir radicalmente os ensinamentos de Jesus — não apenas aqueles que são fáceis ou nos colocam em posições confortáveis, mas também os que exigem renúncia e coragem.

Vamos refletir sobre três textos bíblicos que trazem verdades profundas e complementares:

1. Salmos 1:1-6
2. Jeremias 17:5-10
3. Lucas 6:17-26

I. Dois Caminhos Opostos Esses textos mostram uma dualidade clara entre dois caminhos espirituais: o da carne e o do espírito, o do mundo e o de Deus. Cada um deles nos apresenta uma espécie de balança espiritual, onde precisamos ponderar qual lado escolher, sempre com consequências eternas.

1. Salmos 1:

• O justo que medita na lei do Senhor é comparado a uma árvore frutífera, firmada junto ao rio — prosperando sob a bênção de Deus.
• Os perversos, por outro lado, são como palha levada pelo vento, sem consistência nem futuro seguro.

2. Jeremias 17:

• O profeta deixa o cenário ainda mais claro:
  • Quem confia na força humana, afastado de Deus, é como um arbusto seco no deserto, destinado ao isolamento e à esterilidade.
  • Quem confia no Senhor é comparado a uma árvore com raízes profundas, que permanece verde e frutífera, mesmo nos tempos difíceis.

3. Lucas 6:

• Jesus intensifica o contraste ao expor o paradoxo do Reino:
  • Os pobres, famintos e aflitos são exaltados e prometidos honra no Reino de Deus.
  • Enquanto isso, os ricos, saciados e aplaudidos pelo mundo enfrentam advertências de juízo e tristeza futura.

II. Denominadores Comuns

• O denominador comum dos justos (Salmos), dos que confiam no Senhor (Jeremias) e dos humildes (Lucas) é a dependência de Deus.
• Por outro lado, o denominador comum dos perversos (Salmos), dos autoconfiantes (Jeremias) e dos "bem-sucedidos" (Lucas) é a independência de Deus.

III. Reflexão: Imediatismo x Eternidade O mundo valoriza o prazer imediato, o sucesso aparente, as riquezas e o reconhecimento público. Mas a Bíblia apresenta uma lógica invertida: aquilo que parece fracasso aos olhos do mundo é, na verdade, vitória no Reino de Deus.

• Escolhas Ridicularizadas pelo Mundo: Pobreza espiritual, dependência de Deus, renúncia e humildade são exaltadas pela Bíblia.
• Posicionamentos Aplaudidos pelo Mundo: Autossuficiência, riqueza material e busca por aprovação são armadilhas perigosas.

IV. Conclusão: Escolham Hoje a Quem Servirão A essência desses textos é um chamado claro à escolha consciente: seguir o espírito e colher vida eterna ou seguir a carne e colher condenação.

O que o mundo aplaude, Deus rejeita; e o que o mundo despreza, Deus honra com recompensa eterna. Como Josué declarou diante de Israel: “Escolham hoje a quem servirão” (Josué 24:15).

Que possamos refletir e nos posicionar com coragem, com os olhos fixos na eternidade.